"O Estado de S. Paulo" demite colunista após publicar artigo

Imparcialidade, neutralidade. Nas cadeiras da faculdade já ouvi sobre estes temas diversas vezes. O fato é que é muito difícil se manter em cima do muro e não pender para nenhum lado.

Maria Rita Kehn, psicanalista e colunista no jornal O Estado de S. Paulo, foi demitida depois de ter sido publicado uma coluna com o título "Dois muros" (2 de outubro). O artigo discutia sobre o voto dos pobres, que é desqualificado. Confira o lead do texto:

"Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro."

As matérias e reportagens, têm a mesma história, mas sempre títulos diferentes. Esses títulos, se analisados, revelam a ideologia que o veículo segue. Às vezes essa verdade é explícita, sem necessidade de análise.

Uma coluna é escrita com muita pesquisa e de acordo com a opinião de quem escreveu. Um jornal tão grande como O Estado de S. Paulo deveria ser exemplo de que é possível haver imparcialidade no jornalismo e na maneira de transmitir informações. Mas fez o contrário.

A pergunta será eterna: Existe imparcialidade ou neutralidade no Jornalismo?
A resposta negativa é só o que conseguimos enxergar.
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Site de referência: www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=610IMQ008